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Parto Normal

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O que é um parto normal?

A definição de parto normal, também conhecido como parto vaginal espontâneo, é o processo natural pelo qual um bebê nasce através do canal vaginal sem a necessidade de intervenções cirúrgicas significativas, como cesariana ou o uso de fórceps, ou extrator. No parto normal, ocorrem contrações uterinas regulares que resultam na dilatação do colo do útero e na expulsão do bebê. Mas o parto normal é muito mais que isso, é uma experiência marcante e única na vida da mulher com várias sensações, várias expectativas, vários desejos e uma sensação de empoderamento pessoal única.

Uma experiência positiva de parto é caracterizada por vários fatores que promovem o bem-estar físico e psicológico da mulher durante o processo de parto. De acordo com a literatura médica, uma experiência positiva de parto é conseguida quando a mulher tem:

1. Sentimento de apoio e respeito: As mulheres apoiadas e respeitadas pelos profissionais de saúde durante o parto tendem a relatar experiências mais positivas. Isso ocorre quando há comunicação eficaz com o médico, há respeito às preferências da mulher e a gestante está envolvida no processo de tomada das decisões no parto. A gestante deve se sentir parte do processo

2. Controle e segurança: A mulher deve sentir-se no controle e, ao mesmo tempo segura e confiante durante o parto. A mulher não pode ter medo nem estar insegura com a conduta médica. As mulheres que relatam uma experiência positiva de parto valorizam a capacidade de tomar decisões informadas sobre seu cuidado e a sensação de segurança proporcionada por um ambiente de parto adequado.

3. Apoio emocional e prático: A presença de acompanhantes de parto, como parceiros ou doulas, e o apoio emocional dos profissionais de saúde são aspectos importantes para a experiência positiva. Esse suporte ajuda a reduzir a ansiedade e a aumentar a confiança da mulher em sua capacidade de dar à luz.

4. Ambiente de parto: Um ambiente de parto que promove a fisiologia natural do parto, com intervenções mínimas, é frequentemente associado a experiências positivas. No entanto, quando intervenções são necessárias, a comunicação clara e o envolvimento da mulher nas decisões são essenciais.

5. Impacto psicossocial: Uma experiência de parto positiva pode ter efeitos duradouros no bem-estar psicossocial da mulher, aumentando sua confiança e satisfação com a experiência de parto, bem como melhorar a relação do binômio mãe-bebê.

6. Preparação e Educação Pré-natal: A preparação adequada para o parto, incluindo educação sobre o processo de parto e estratégias de enfrentamento, pode aumentar a confiança da mulher em sua capacidade de dar à luz e reduzir a ansiedade

7. Minimização de Intervenções Desnecessárias: A promoção de um parto fisiológico com intervenções mínimas, quando clinicamente apropriado, pode contribuir para uma experiência de parto mais positiva. No entanto, é importante que as mulheres sejam informadas e envolvidas nas decisões sobre intervenções quando necessárias.

8. Respeito às Preferências da Mulher: Mesmo quando as preferências de parto não podem ser totalmente atendidas devido a necessidades médicas, a comunicação clara e o respeito às escolhas da mulher podem mitigar experiências negativas. A preparação antecipada e o suporte contínuo são essenciais para manter uma experiência positiva.

9. Mobilidade durante o trabalho de parto: A posição em pé bem como a movimentação da gestante durante o trabalho de parto facilita a progressão do bebê.

10. Suporte continuo da equipe de parto: A tranquilidade, o incentivo no momento das contrações uterinas bem como a segurança são importantes para o sucesso do parto vaginal.

Esses fatores são consistentes com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que enfatizam a importância do bem-estar emocional e psicológico durante o parto.

A competência, profissionalismo, empatia e respeito dos profissionais de saúde são essenciais para uma experiência de parto positiva. A comunicação eficaz e o envolvimento da mulher nas decisões são cruciais. As decisões médicas são sempre baseadas em evidências científicas mas devem ser explicadas e compartilhadas com a gestante e aceitas por ela.

A presença do marido ou de um acompanhante de parto escolhido pela gestante pode ter um impacto significativo na experiência do parto, influenciando positivamente diversos aspectos, como encorajamento, suporte emocional, comunicação com os profissionais de saúde e a sensação geral de controle, proteção, apoio e segurança durante o processo. O suporte emocional contínuo do acompanhante pode reduzir a ansiedade e aumentar a confiança da mulher durante o trabalho de parto. Estudos mostram que acompanhantes que fornecem apoio emocional, como palavras de encorajamento e presença constante, são altamente valorizados pelas mulheres.

A presença de um acompanhante pode melhorar a comunicação entre a mulher e os profissionais de saúde. Acompanhantes informados e orientados podem atuar como intermediários, ajudando a transmitir as necessidades e preferências da mulher, o que pode resultar em uma experiência de parto mais satisfatória.

A ansiedade está associada a uma maior percepção de dor no parto. A depressão está também fortemente correlacionada com a percepção aumentada de dor. Esses fatores psicológicos não apenas aumentam a percepção da dor, mas também podem influenciar o uso de analgesia durante o parto e a experiência de parto.

As percepções das gestantes do parto não inclui apenas o sintoma da dor, incluem também todas as atitudes e crenças sobre o parto, enquanto os aspectos físicos abrangem o ambiente do parto e a dor. Os desafios emocionais são significativos, com muitas mulheres experimentando uma gama de emoções, desde a confiança até o medo e a vulnerabilidade. Os relacionamentos, tanto com os acompanhantes de parto quanto com os profissionais de saúde, desempenham um papel crucial na experiência de parto positiva. Além disso, a experiência do parto pode ser descrita como uma jornada emocional dinâmica, onde as mulheres alternam entre sentimentos de controle e perda de controle, confiança e vulnerabilidade. A dor é frequentemente descrita como intensa, mas muitas mulheres relatam que a força para lidar com ela vem de dentro de si mesmas. É o mistério da maternidade!

Os efeitos a longo prazo de uma experiência negativa de parto na saúde mental de uma mulher podem ser significativos e variados. Estudos indicam que uma experiência negativa de parto está fortemente associada ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade. Mulheres que vivenciam partos traumáticos têm maior probabilidade de apresentar depressão pós-parto, evitar lembranças do parto, não amamentar, hipervigilância e até mesmo não conseguir ter contato de pele como bebê. Esses sintomas podem persistir por anos, afetando a qualidade de vida e o bem-estar geral da mulher. A depressão pós-parto pode afetar a capacidade da mãe de cuidar do bebê e de si mesma, além de impactar negativamente o vínculo mãe-bebê.

Por fim, experiências negativas de parto podem impactar a satisfação no relacionamento e a saúde sexual. A insatisfação com o parto está associada a uma menor satisfação sexual e a problemas no relacionamento, o que pode agravar ainda mais os sintomas de depressão e ansiedade.

Os benefícios psicológicos de uma experiência positiva de parto são amplamente documentados na literatura médica. Uma experiência positiva de parto pode promover um bem-estar psicológico significativo e duradouro para a mulher.

Primeiramente, uma experiência positiva de parto está associada a uma melhora na saúde mental a longo prazo. Estudos mostram que mulheres que têm uma experiência positiva de parto relatam níveis mais baixos de sintomas de depressão pós-parto e ansiedade. Além disso, essas mulheres tendem a ter uma maior satisfação sexual e uma melhor saúde mental geral anos após o parto.

Em segundo lugar, uma experiência positiva de parto pode levar a um crescimento psicológico e aumentar a autoestima da mulher. Este

crescimento inclui um aumento na autoconfiança, no senso de realização pessoal e na capacidade de enfrentar desafios futuros. Mulheres que relatam uma experiência positiva de parto frequentemente mencionam um fortalecimento das relações interpessoais e uma maior apreciação pela vida.

Além disso, a memória positiva do parto pode contribuir para um ajuste emocional mais saudável no pós-parto. Mulheres que têm memórias agradáveis e involuntárias do parto tendem a apresentar maior bem-estar emocional e menor risco de desenvolver sintomas de estresse pós-traumático.

Por fim, uma experiência positiva de parto pode melhorar a vinculação mãe-bebê. Estudos indicam que mulheres que vivenciam um parto positivo têm uma melhor interação e vínculo com seus bebês, o que pode influenciar positivamente o desenvolvimento infantil.

Esses benefícios destacam a importância de proporcionar um ambiente de parto que seja seguro, respeitoso e que permita à mulher sentir-se apoiada e no controle do processo.

Em resumo, a experiência do parto é complexa e multifacetada, influenciada por fatores físicos, emocionais e relacionais. Compreender essas dimensões pode ajudar a melhorar o cuidado e o suporte oferecido às mulheres durante o parto.

Referências:

1.

Developing a Woman-Centered, Inclusive Definition of Positive Childbirth Experiences: A Discussion Paper.

Leinweber J, Fontein-Kuipers Y, Karlsdottir SI, et al.

Birth (Berkeley, Calif.). 2023;50(2):362-383. doi:10.1111/birt.12666.

 

2.

Factors That Promote a Positive Childbearing Experience: A Qualitative Study.

Hall H, Fooladi E, Kloester J, et al.

Journal of Midwifery & Women’s Health. 2023;68(1):44-51. doi:10.1111/jmwh.13402.

 

3.

What Matters to Women During Childbirth: A Systematic Qualitative Review.

Downe S, Finlayson K, Oladapo OT, Bonet M, Gülmezoglu AM.

PloS One. 2018;13(4):e0194906. doi:10.1371/journal.pone.0194906.

 

4.

The Meaning of a Very Positive Birth Experience: Focus Groups Discussions With Women.

Karlström A, Nystedt A, Hildingsson I.

BMC Pregnancy and Childbirth. 2015;15:251. doi:10.1186/s12884-015-0683-0.

 

5.

Predictors of a Positive Birth Experience in Childbirth: A Cross-Sectional Study.

Roqueta-Vall-Llosera M, Cámara-Liebana D, Serrat-Graboleda E, et al.

Heliyon. 2024;10(19):e38262. doi:10.1016/j.heliyon.2024.e38262.

 New Research

 

6.

Key Dimensions of Women’s and Their Partners’ Experiences of Childbirth: A Systematic Review of Reviews of Qualitative Studies.

Benyamini Y, Delicate A, Ayers S, et al.

PloS One. 2024;19(3):e0299151. doi:10.1371/journal.pone.0299151.

 

7.

Effect of Midwife-Provided Orientation of Birth Companions on Maternal Anxiety and Coping During Labor: A Stepped Wedge Cluster Randomized Control Trial in Eastern Uganda.

Wanyenze EW, Nalwadda GK, Byamugisha JK, Muwanguzi PA, Tumwesigye NM.

International Journal of Environmental Research and Public Health. 2023;20(2):1549. doi:10.3390/ijerph20021549.

 

8.

Birth Companionship in a Government Health System: A Pilot Study in Kigoma, Tanzania.

Chaote P, Mwakatundu N, Dominico S, et al.

BMC Pregnancy and Childbirth. 2021;21(1):304. doi:10.1186/s12884-021-03746-0.

 

9.

Support to Woman by a Companion of Her Choice During Childbirth: A Randomized Controlled Trial.

Bruggemann OM, Parpinelli MA, Osis MJ, Cecatti JG, Neto AS.

Reproductive Health. 2007;4:5. doi:10.1186/1742-4755-4-5.

 

10.

Association of Childbirth Experience With Long-Term Psychological Outcomes: A Prospective Cohort Study.

Nahaee J, Rezaie M, Abdoli E, et al.

Reproductive Health. 2024;21(1):71. doi:10.1186/s12978-024-01819-9.

 

11.

Psychological Growth After Childbirth: An Exploratory Prospective Study.

Nishi D, Usuda K.

Journal of Psychosomatic Obstetrics and Gynaecology. 2017;38(2):87-93. doi:10.1080/0167482X.2016.1233170.

 

12.

The Association Between Involuntary Memory and Emotional Adjustment After Childbirth.

Briddon E, Isaac C, Slade P.

British Journal of Health Psychology. 2015;20(4):889-903. doi:10.1111/bjhp.12151.

 

13.

Traumatic Childbirth During COVID-19 Triggers Maternal Psychological Growth and in Turn Better Mother-Infant Bonding.

Babu MS, Chan SJ, Ein-Dor T, Dekel S.

Journal of Affective Disorders. 2022;313:163-166. doi:10.1016/j.jad.2022.06.076.

 

14.

Developing a Woman-Centered, Inclusive Definition of Positive Childbirth Experiences: A Discussion Paper.

Leinweber J, Fontein-Kuipers Y, Karlsdottir SI, et al.

Birth (Berkeley, Calif.). 2023;50(2):362-383. doi:10.1111/birt.12666.

 

15.

Women’s Psychological Experiences of Physiological Childbirth: A Meta-Synthesis.

Olza I, Leahy-Warren P, Benyamini Y, et al.

BMJ Open. 2018;8(10):e020347. doi:10.1136/bmjopen-2017-020347.

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O que é um parto normal?

A definição de parto normal, também conhecido como parto vaginal espontâneo, é o processo natural pelo qual um bebê nasce através do canal vaginal sem a necessidade de intervenções cirúrgicas significativas, como cesariana ou o uso de fórceps, ou extrator. No parto normal, ocorrem contrações uterinas regulares que resultam na dilatação do colo do útero e na expulsão do bebê. Mas o parto normal é muito mais que isso, é uma experiência marcante e única na vida da mulher com várias sensações, várias expectativas, vários desejos e uma sensação de empoderamento pessoal única.

Uma experiência positiva de parto é caracterizada por vários fatores que promovem o bem-estar físico e psicológico da mulher durante o processo de parto. De acordo com a literatura médica, uma experiência positiva de parto é conseguida quando a mulher tem:

1. Sentimento de apoio e respeito: As mulheres apoiadas e respeitadas pelos profissionais de saúde durante o parto tendem a relatar experiências mais positivas. Isso ocorre quando há comunicação eficaz com o médico, há respeito às preferências da mulher e a gestante está envolvida no processo de tomada das decisões no parto. A gestante deve se sentir parte do processo

2. Controle e segurança: A mulher deve sentir-se no controle e, ao mesmo tempo segura e confiante durante o parto. A mulher não pode ter medo nem estar insegura com a conduta médica. As mulheres que relatam uma experiência positiva de parto valorizam a capacidade de tomar decisões informadas sobre seu cuidado e a sensação de segurança proporcionada por um ambiente de parto adequado.

3. Apoio emocional e prático: A presença de acompanhantes de parto, como parceiros ou doulas, e o apoio emocional dos profissionais de saúde são aspectos importantes para a experiência positiva. Esse suporte ajuda a reduzir a ansiedade e a aumentar a confiança da mulher em sua capacidade de dar à luz.

4. Ambiente de parto: Um ambiente de parto que promove a fisiologia natural do parto, com intervenções mínimas, é frequentemente associado a experiências positivas. No entanto, quando intervenções são necessárias, a comunicação clara e o envolvimento da mulher nas decisões são essenciais.

5. Impacto psicossocial: Uma experiência de parto positiva pode ter efeitos duradouros no bem-estar psicossocial da mulher, aumentando sua confiança e satisfação com a experiência de parto, bem como melhorar a relação do binômio mãe-bebê.

6. Preparação e Educação Pré-natal: A preparação adequada para o parto, incluindo educação sobre o processo de parto e estratégias de enfrentamento, pode aumentar a confiança da mulher em sua capacidade de dar à luz e reduzir a ansiedade

7. Minimização de Intervenções Desnecessárias: A promoção de um parto fisiológico com intervenções mínimas, quando clinicamente apropriado, pode contribuir para uma experiência de parto mais positiva. No entanto, é importante que as mulheres sejam informadas e envolvidas nas decisões sobre intervenções quando necessárias.

8. Respeito às Preferências da Mulher: Mesmo quando as preferências de parto não podem ser totalmente atendidas devido a necessidades médicas, a comunicação clara e o respeito às escolhas da mulher podem mitigar experiências negativas. A preparação antecipada e o suporte contínuo são essenciais para manter uma experiência positiva.

9. Mobilidade durante o trabalho de parto: A posição em pé bem como a movimentação da gestante durante o trabalho de parto facilita a progressão do bebê.

10. Suporte continuo da equipe de parto: A tranquilidade, o incentivo no momento das contrações uterinas bem como a segurança são importantes para o sucesso do parto vaginal.

Esses fatores são consistentes com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que enfatizam a importância do bem-estar emocional e psicológico durante o parto.

A competência, profissionalismo, empatia e respeito dos profissionais de saúde são essenciais para uma experiência de parto positiva. A comunicação eficaz e o envolvimento da mulher nas decisões são cruciais. As decisões médicas são sempre baseadas em evidências científicas mas devem ser explicadas e compartilhadas com a gestante e aceitas por ela.

A presença do marido ou de um acompanhante de parto escolhido pela gestante pode ter um impacto significativo na experiência do parto, influenciando positivamente diversos aspectos, como encorajamento, suporte emocional, comunicação com os profissionais de saúde e a sensação geral de controle, proteção, apoio e segurança durante o processo. O suporte emocional contínuo do acompanhante pode reduzir a ansiedade e aumentar a confiança da mulher durante o trabalho de parto. Estudos mostram que acompanhantes que fornecem apoio emocional, como palavras de encorajamento e presença constante, são altamente valorizados pelas mulheres.

A presença de um acompanhante pode melhorar a comunicação entre a mulher e os profissionais de saúde. Acompanhantes informados e orientados podem atuar como intermediários, ajudando a transmitir as necessidades e preferências da mulher, o que pode resultar em uma experiência de parto mais satisfatória.

A ansiedade está associada a uma maior percepção de dor no parto. A depressão está também fortemente correlacionada com a percepção aumentada de dor. Esses fatores psicológicos não apenas aumentam a percepção da dor, mas também podem influenciar o uso de analgesia durante o parto e a experiência de parto.

As percepções das gestantes do parto não inclui apenas o sintoma da dor, incluem também todas as atitudes e crenças sobre o parto, enquanto os aspectos físicos abrangem o ambiente do parto e a dor. Os desafios emocionais são significativos, com muitas mulheres experimentando uma gama de emoções, desde a confiança até o medo e a vulnerabilidade. Os relacionamentos, tanto com os acompanhantes de parto quanto com os profissionais de saúde, desempenham um papel crucial na experiência de parto positiva. Além disso, a experiência do parto pode ser descrita como uma jornada emocional dinâmica, onde as mulheres alternam entre sentimentos de controle e perda de controle, confiança e vulnerabilidade. A dor é frequentemente descrita como intensa, mas muitas mulheres relatam que a força para lidar com ela vem de dentro de si mesmas. É o mistério da maternidade!

Os efeitos a longo prazo de uma experiência negativa de parto na saúde mental de uma mulher podem ser significativos e variados. Estudos indicam que uma experiência negativa de parto está fortemente associada ao desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade. Mulheres que vivenciam partos traumáticos têm maior probabilidade de apresentar depressão pós-parto, evitar lembranças do parto, não amamentar, hipervigilância e até mesmo não conseguir ter contato de pele como bebê. Esses sintomas podem persistir por anos, afetando a qualidade de vida e o bem-estar geral da mulher. A depressão pós-parto pode afetar a capacidade da mãe de cuidar do bebê e de si mesma, além de impactar negativamente o vínculo mãe-bebê.

Por fim, experiências negativas de parto podem impactar a satisfação no relacionamento e a saúde sexual. A insatisfação com o parto está associada a uma menor satisfação sexual e a problemas no relacionamento, o que pode agravar ainda mais os sintomas de depressão e ansiedade.

Os benefícios psicológicos de uma experiência positiva de parto são amplamente documentados na literatura médica. Uma experiência positiva de parto pode promover um bem-estar psicológico significativo e duradouro para a mulher.

Primeiramente, uma experiência positiva de parto está associada a uma melhora na saúde mental a longo prazo. Estudos mostram que mulheres que têm uma experiência positiva de parto relatam níveis mais baixos de sintomas de depressão pós-parto e ansiedade. Além disso, essas mulheres tendem a ter uma maior satisfação sexual e uma melhor saúde mental geral anos após o parto.

Em segundo lugar, uma experiência positiva de parto pode levar a um crescimento psicológico e aumentar a autoestima da mulher. Este

crescimento inclui um aumento na autoconfiança, no senso de realização pessoal e na capacidade de enfrentar desafios futuros. Mulheres que relatam uma experiência positiva de parto frequentemente mencionam um fortalecimento das relações interpessoais e uma maior apreciação pela vida.

Além disso, a memória positiva do parto pode contribuir para um ajuste emocional mais saudável no pós-parto. Mulheres que têm memórias agradáveis e involuntárias do parto tendem a apresentar maior bem-estar emocional e menor risco de desenvolver sintomas de estresse pós-traumático.

Por fim, uma experiência positiva de parto pode melhorar a vinculação mãe-bebê. Estudos indicam que mulheres que vivenciam um parto positivo têm uma melhor interação e vínculo com seus bebês, o que pode influenciar positivamente o desenvolvimento infantil.

Esses benefícios destacam a importância de proporcionar um ambiente de parto que seja seguro, respeitoso e que permita à mulher sentir-se apoiada e no controle do processo.

Em resumo, a experiência do parto é complexa e multifacetada, influenciada por fatores físicos, emocionais e relacionais. Compreender essas dimensões pode ajudar a melhorar o cuidado e o suporte oferecido às mulheres durante o parto.

Referências:

1.

Developing a Woman-Centered, Inclusive Definition of Positive Childbirth Experiences: A Discussion Paper.

Leinweber J, Fontein-Kuipers Y, Karlsdottir SI, et al.

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2.

Factors That Promote a Positive Childbearing Experience: A Qualitative Study.

Hall H, Fooladi E, Kloester J, et al.

Journal of Midwifery & Women’s Health. 2023;68(1):44-51. doi:10.1111/jmwh.13402.

 

3.

What Matters to Women During Childbirth: A Systematic Qualitative Review.

Downe S, Finlayson K, Oladapo OT, Bonet M, Gülmezoglu AM.

PloS One. 2018;13(4):e0194906. doi:10.1371/journal.pone.0194906.

 

4.

The Meaning of a Very Positive Birth Experience: Focus Groups Discussions With Women.

Karlström A, Nystedt A, Hildingsson I.

BMC Pregnancy and Childbirth. 2015;15:251. doi:10.1186/s12884-015-0683-0.

 

5.

Predictors of a Positive Birth Experience in Childbirth: A Cross-Sectional Study.

Roqueta-Vall-Llosera M, Cámara-Liebana D, Serrat-Graboleda E, et al.

Heliyon. 2024;10(19):e38262. doi:10.1016/j.heliyon.2024.e38262.

 New Research

 

6.

Key Dimensions of Women’s and Their Partners’ Experiences of Childbirth: A Systematic Review of Reviews of Qualitative Studies.

Benyamini Y, Delicate A, Ayers S, et al.

PloS One. 2024;19(3):e0299151. doi:10.1371/journal.pone.0299151.

 

7.

Effect of Midwife-Provided Orientation of Birth Companions on Maternal Anxiety and Coping During Labor: A Stepped Wedge Cluster Randomized Control Trial in Eastern Uganda.

Wanyenze EW, Nalwadda GK, Byamugisha JK, Muwanguzi PA, Tumwesigye NM.

International Journal of Environmental Research and Public Health. 2023;20(2):1549. doi:10.3390/ijerph20021549.

 

8.

Birth Companionship in a Government Health System: A Pilot Study in Kigoma, Tanzania.

Chaote P, Mwakatundu N, Dominico S, et al.

BMC Pregnancy and Childbirth. 2021;21(1):304. doi:10.1186/s12884-021-03746-0.

 

9.

Support to Woman by a Companion of Her Choice During Childbirth: A Randomized Controlled Trial.

Bruggemann OM, Parpinelli MA, Osis MJ, Cecatti JG, Neto AS.

Reproductive Health. 2007;4:5. doi:10.1186/1742-4755-4-5.

 

10.

Association of Childbirth Experience With Long-Term Psychological Outcomes: A Prospective Cohort Study.

Nahaee J, Rezaie M, Abdoli E, et al.

Reproductive Health. 2024;21(1):71. doi:10.1186/s12978-024-01819-9.

 

11.

Psychological Growth After Childbirth: An Exploratory Prospective Study.

Nishi D, Usuda K.

Journal of Psychosomatic Obstetrics and Gynaecology. 2017;38(2):87-93. doi:10.1080/0167482X.2016.1233170.

 

12.

The Association Between Involuntary Memory and Emotional Adjustment After Childbirth.

Briddon E, Isaac C, Slade P.

British Journal of Health Psychology. 2015;20(4):889-903. doi:10.1111/bjhp.12151.

 

13.

Traumatic Childbirth During COVID-19 Triggers Maternal Psychological Growth and in Turn Better Mother-Infant Bonding.

Babu MS, Chan SJ, Ein-Dor T, Dekel S.

Journal of Affective Disorders. 2022;313:163-166. doi:10.1016/j.jad.2022.06.076.

 

14.

Developing a Woman-Centered, Inclusive Definition of Positive Childbirth Experiences: A Discussion Paper.

Leinweber J, Fontein-Kuipers Y, Karlsdottir SI, et al.

Birth (Berkeley, Calif.). 2023;50(2):362-383. doi:10.1111/birt.12666.

 

15.

Women’s Psychological Experiences of Physiological Childbirth: A Meta-Synthesis.

Olza I, Leahy-Warren P, Benyamini Y, et al.

BMJ Open. 2018;8(10):e020347. doi:10.1136/bmjopen-2017-020347.

Referências

1.

Labor Dystocia in Nulliparous Women.

LeFevre NM, Krumm E, Cobb WJ.

American Family Physician. 2021;103(2):90-96.

2.

The Latent Phase of Labor.

Cohen WR, Friedman EA.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2023;228(5S):S1017-S1024. doi:10.1016/j.ajog.2022.04.029.

3.

Defining and Managing Normal and Abnormal First Stage of Labor.

Rhoades JS, Cahill AG.

Obstetrics and Gynecology Clinics of North America. 2017;44(4):535-545. doi:10.1016/j.ogc.2017.07.001.

4. 

The Active Phase of Labor.

Friedman EA, Cohen WR.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2023;228(5S):S1037-S1049. doi:10.1016/j.ajog.2021.12.269.

5.

Parturition at Term: Induction, Second and Third Stages of Labor, and Optimal Management of Life-Threatening Complications-Hemorrhage, Infection, and Uterine Rupture.

Romero R, Sabo Romero V, Kalache KD, Stone J.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2024;230(3S):S653-S661. doi:10.1016/j.ajog.2024.02.005.

  • Doenças cardiovasculares:Mulheres com doenças cardíacas congênitas ou adquiridas, como hipertensão crônica ou insuficiência cardíaca, têm maior risco de complicações como pré-eclâmpsia e parto prematuro. Essas condições podem prolongar o primeiro estágio do trabalho de parto e aumentar a necessidade de intervenções, como cesariana.[1-2]
  • Obesidade:Mulheres obesas apresentam um progresso mais lento do trabalho de parto, especialmente antes de 6 cm de dilatação cervical, o que pode levar a um aumento na duração do primeiro estágio e maior necessidade de oxitocina para indução.[3-4]

Segundo estágio:

  • Diabetes mellitus:Tanto o diabetes gestacional quanto o pré-existente podem aumentar o risco de macrossomia fetal, o que pode prolongar o segundo estágio do trabalho de parto e aumentar a probabilidade de parto instrumental ou cesariana.[2][5]
  • Doenças pulmonares:Condições como asma e hipertensão pulmonar podem dificultar o esforço expulsivo da mãe, prolongando o segundo estágio e aumentando o risco de complicações maternas e neonatais.[1-2]

Terceiro estágio:

  • Distúrbios de coagulação:Mulheres com condições como trombofilia ou doenças hepáticas têm um risco aumentado de hemorragia pós-parto, o que pode complicar o terceiro estágio do trabalho de parto.[2][6]
  • Infecções:A presença de infecções maternas, como corioamnionite, pode aumentar o risco de complicações infecciosas durante o terceiro estágio, incluindo endometrite e sepse.[7-8]

Essas informações são baseadas em diretrizes e estudos clínicos, incluindo as recomendações da Society for Maternal-Fetal Medicine, que destacam a importância de monitoramento e cuidados adicionais para mulheres com condições crônicas durante o trabalho de parto.[2][9]

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References

1.

Maternal Comorbidities and Complications of Delivery in Pregnant Women With Congenital Heart Disease.

Schlichting LE, Insaf TZ, Zaidi AN, Lui GK, Van Zutphen AR.

Journal of the American College of Cardiology. 2019;73(17):2181-2191. doi:10.1016/j.jacc.2019.01.069.

 Leading Journal 

2.

Society for Maternal-Fetal Medicine Consult Series #54: Assessing the Risk of Maternal morbidity and Mortality.

Lappen JR, Pettker CM, Louis JM.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2021;224(4):B2-B15. doi:10.1016/j.ajog.2020.12.006.

3.

Maternal Prepregnancy Overweight and Obesity and the Pattern of Labor Progression in Term Nulliparous Women.

Vahratian A, Zhang J, Troendle JF, Savitz DA, Siega-Riz AM.

Obstetrics and Gynecology. 2004;104(5 Pt 1):943-51. doi:10.1097/01.AOG.0000142713.53197.91.

4.

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Khalifa E, El-Sateh A, Zeeneldin M, et al.

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5.

First Stage of Labor Progression in Women With Large-for-Gestational Age Infants.

Blankenship SA, Woolfolk CL, Raghuraman N, et al.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2019;221(6):640.e1-640.e11. doi:10.1016/j.ajog.2019.06.042.

6.

Maternal Morbidity and Risk of Death at Delivery Hospitalization.

Campbell KH, Savitz D, Werner EF, et al.

Obstetrics and Gynecology. 2013;122(3):627-33. doi:10.1097/AOG.0b013e3182a06f4e.

7.

Maternal Inflammatory Markers and Term Labor Performance.

Cierny JT, Unal ER, Flood P, et al.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2014;210(5):447.e1-6. doi:10.1016/j.ajog.2013.11.038.

8.

Maternal Age and Risk of Labor and Delivery Complications.

Cavazos-Rehg PA, Krauss MJ, Spitznagel EL, et al.

Maternal and Child Health Journal. 2015;19(6):1202-11. doi:10.1007/s10995-014-1624-7.

9.

Society for Maternal-Fetal Medicine Consult Series #55: Counseling Women at Increased Risk of Maternal Morbidity and Mortality.

Kaimal A, Norton ME.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2021;224(4):B16-B23. doi:10.1016/j.ajog.2020.12.007.

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